quinta-feira, 28 de julho de 2011

Eufemismo e Disfemismo

Eufemismo é uma figura de linguagem que consiste na atenuação (suavização) de uma informação, por considerá-la demasiadamente imprópria para ser escancarada, seja por que motivo for (superstição, pudor, ética...). Leia o exemplo de eufemismo que retirei da Carta que Pêro Vaz de Caminha escreveu quando os portugueses chegaram ao Brasil, considerada a certidão de nascimento da Literatura Brasileira:

"(...) Ali andavam entre eles três ou quatro moças bem novinhas e gentis, com cabelo mui pretos e compridos pelas costas e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha."

No excerto, ocorre duas vezes a palavra vergonha: na primeira vez em que é usada ("suas vergonhas"), essa palavra está em sentido conotativo, figurado: significa órgãos genitais, que foram eufemisticamente renomeados de "vergonhas". Já na segunda aparição da palavra vergonha ("não tínhamos nenhuma vergonha"), o vocábulo está em seu sentido literal, denotativo, significando que eles não ficaram encabulados com o que viram.

O contrário de eufemismo é o disfemismo, ou seja, a utilização de palavras grosseiras em vez de termos mais comuns para se referir a algo. Para exemplificar, considere as frases seguintes:

1- Maria faleceu.

2- Maria descansou desta vida.

3- Maria "bateu as botas".

Na frase 1, ocorre o uso denotativo da linguagem. Nas frases 2 e 3, ocorrem conotações. A diferença é que, em 2, há um eufemismo, enquanto que em 3 há um disfemismo.



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